A união de voluntários permitiu que 17 adolescentes em tratamento contra o câncer vivessem o sonho de ter um baile de debutantes. Por um dia, elas deixaram de lado as dificuldades e o peso da doença para serem apenas jovens de 15 anos. Do bolo ao vestido, tudo foi dado e pensado para levar alegria para quem luta pela vida.
Das 17 meninas, 13 estão em tratamento no Hospital do Câncer e quatro no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Elas se conheceram no momento mais difícil de suas vidas. “Eu fiquei muito triste. Achava que ia morrer”, confessou Eduarda Cordeiro.
As jovens que tiveram que encontrar forças para encarar o tratamento. Elas perderam peso, cabelos e boa parte da energia. Precisam sair da escola por conta da baixa imunidade. “O que mais sinto falta é como era minha vida antigamente”, diz Ana Flávia Aires.
Para levar alegria e esperança para adolescentes como Eduarda e Ana Flávia, um grupo de voluntários se uniu em prol de uma única causa: preparar um lindo baile de debutantes. “Minha intenção foi ver estas meninas sorrindo, alegres, felizes”, contou Joselane Paiva, coordenadora do projeto.
E quanta gente quis ajudar. Muitas mãos adoçaram o sonho delas. Os docinhos que ganharam foram feitos pela doceira Marly Cascão, de 80 anos, que esqueceu a idade já avançada e fez questão de confeitar o bolo. “A gente fica com os braços cansados e às vezes a cabeça doendo porque é uma coisa e outra para fazer, mas, no final, graças a Deus, dá tudo certo”, explicou Marly.
Até os mínimos detalhes foram preparados do jeito que as debutantes queriam. Tudo inspirado no tema da festa: Paris. No ateliê, costureiras e bordadeiras também ajudaram a costurar o sonho das meninas. Trabalharam nos fins de semana, esticaram o expediente sem cobrar. “Cada uma deu um pouquinho de si pra fazer a felicidade delas”, disse a atendente Elizangela do Nascimento.
Adriele Silva gostou tanto do vestido que vai guardar para mostrar para os netos. “É muito perfeito. Vou guardar para sempre, até ficar velhinha e mostrar para os meus filhos e netos”. Para o estilista Albérico Ribeiro, responsável pela idealização dos vestidos, a felicidade delas não tem preço.
“Isso aí não tem dinheiro que pague, essa satisfação. Isso aí foi um momento que chega até a emocionar. Olha o sorriso de cada uma delas”, finaliza.