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s ministros Raul Jungmann (Defesa) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) informaram nesta quinta-feira (20) que 380 homens da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 620 da Força Nacional já estão no Rio de Janeiro para atuar na segurança pública do estado.

(CORREÇÃO: ao ser publicada, esta reportagem informou que o governo federal havia anunciado o envio de 800 homens para o Rio de Janeiro. Segundo o Ministério da Justiça, esses homens começaram a chegar em maio, mas já se encontram todos no estado.)

“Já estão no Rio de Janeiro 620 homens da Força Nacional de Segurança Pública, 380 homens da Polícia Rodoviária Federal, a mais do que lá existiam. Já chegaram recentemente no Rio de Janeiro”, afirmou o ministro Etchegoyen.

Etchegoyen ainda informou que, por ordem de Temer, o Ministério da Defesa determinou a instalação de um comando conjunto do Exército, Marinha e Aeronáutica no Rio. Se necessário, os militares serão empregados no Rio.

“Nós não estamos trabalhando com as ocupações prolongadas, diárias e de interdições. Estamos trabalhando com ações pontuais, que vão trazer os resultados que nós precisamos”, disse o ministro.

Segundo o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que se reuniu nesta quinta com ministros, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e com o presidente Michel Temer, o reforço de efetivo atuará no Rio de Janeiro pelos próximos 18 meses.

De acordo com a assessoria da Presidência, além dos ministros da Defesa e do GSI, também participaram do encontro os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), e José Levi (interino da Justiça), além do secretário nacional de Segurança Pública, general Carlos Alberto Santos Cruz, e do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Janér Tesch.

Plano Nacional de Segurança

Ao final do encontro com Temer, Pezão concedeu uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto. O governador licenciado disse aos repórteres que ele e Dornelles ficaram satisfeitos com a inclusão do Rio no Plano Nacional de Segurança.

Em junho, o governo federal apresentou as ações do Plano Nacional de Segurança voltadas para o Rio. Contudo, não houve detalhamento das atividades, com foco no combate aos homicídios, modernização do sistema penitenciário e enfrentamento ao crime organizado.

A demora na implantação do plano e a crise da segurança motivou uma série de críticas de autoridades nos últimos dias.

Na última terça-feira (18), o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e o governador em exercício Francisco Dornelles (PP) cobraram maior agilidade da União para auxiliar no combate à escalada da violência no estado.

No mesmo dia, Rodrigo Maia usou o Facebook para cobrar agilidade na assinatura do acordo de recuperação fiscal e na execução das medidas do plano de segurança.

“Nós perdemos completamente o controle da segurança pública no Rio. Ninguém consegue mais se locomover com tranquilidade. Estamos cobrando diariamente do ministro Henrique Meirelles a assinatura do acordo de recuperação fiscal para que a gente comece a reorganizar o estado”, cobrou Maia na rede social.

Luiz Fernando Pezão afirmou que o reforço policial ajudará o estado, que, segundo ele, é vítima, principalmente, da entrada de armas, de drogas e de roubos de cargas nas rodovias federais.

“Esse é um pedido antigo meu, desde que estou à frente do governo do estado, do aumento da Polícia Rodoviária Federal, e já temos reflexos. Já caiu 12% o número do roubo de carga”, ressaltou Pezão.

Spa de luxo

Pezão interrompeu a licença médica nesta quinta-feira para participar do encontro, em Brasília, com o presidente da República. O governador saiu de licença e, no sábado (15), se hospedou em um spa de luxo em Penedo (RJ).

A passagem do peemedebista pelo spa foi alvo de críticas de servidores públicos estaduais, cujos salários estão atrasados.

Questionado por jornalistas nesta quinta sobre o fato ter se afastado uma semana do governo do estado para se hospedar em um “spa de luxo”, na região Serrana do Rio, Pezão disse que estava “internado em uma clínica médica”.

“Eu saí de uma doença muito séria. Saí de um tumor e contrariando meus médicos vim para a luta”, enfatizou.

O governador se defendeu dizendo que pode mostrar os cheques e comprovar que não se hospedou no local com recursos públicos.

“Se eu não me cuidasse, meu médico disse que eu iria morrer. Se eu não me cuido, eu não tenho como cuidar das pessoas”, complementou o governador.

Cedae

Em meio à coletiva na qual foi anunciado o reforço de segurança federal no Rio, Luiz Fernando Pezão afirmou que espera colocar em dia até o fim de agosto o salário dos servidores públicos estaduais.

A normalização dos pagamentos do funcionalismo, conforme Pezão, será possível em razão da venda da folha de pagamento do estado e do empréstimo federal de R$ 3,5 bilhões, viabilizado a partir da venda da Companhia de Água e Esgoto do estado (Cedae).

“A gente espera atualizar o pagamento dentro do mês de agosto. Temos a venda de folha de pagamento, que vai dar um valor significativo. Estamos contando com esses recursos em agosto. Dá pra colocar a folha em dia junto com o empréstimo”, destacou o governador.

Pelo acordo em discussão entre os governos federal e estadual – mas ainda sem data para ser fechado – o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) repassará o dinheiro da Cedae (o valor exato ainda está em discussão) aos cofres fluminenses, em troca do controle da companhia estatal.

Depois de assumir o controle da Cedae, o BNDES vai preparar a privatização da companhia de água e esgoto do Rio. Caso o valor obtido com a venda seja superior ao pago pelo governo federal, a diferença deve ser repassada ao estado.

“Estamos contratando uma empresa para ver o valor e o que vamos negociar. Não há modelo nenhum com relação à Cedae”, disse o governador.

O assunto será discutido novamente na próxima segunda-feira (24) em um encontro com o ministro Moreira Franco e com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro.

 

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