A estudante de enfermagem de 26 anos, acusada de sequestrar um bebê no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), no último dia 6, já está em liberdade. A mulher ficou presa por uma semana na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colméia.
A condição provisória foi concedida pelo Tribunal de Justiça do DF no início desta semana, mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 5 mil. Como a quantia só foi paga na última quarta-feira (14), a suspeita só foi liberada por volta das 21h30 do mesmo dia.
No pedido de soltura, os advogados da jovem diziam que ela é ré primária, tem bons antecedentes criminais e residência fixa. A defesa justificou ainda que “sua liberdade não causa abalo à ordem pública”. O Ministério Público concordou com a liberdade provisória.
A sentença emitida nesta semana prevê que a acusada não poderá sair do DF por mais de cinco dias seguidos sem autorização judicial, e está proibida de se aproximar de maternidades e leitos de internação de mães – o veto inclui as possíveis atividades curriculares do curso de enfermagem.
O documento também proíbe que a estudante se aproxime, a menos de 500 metros, de testemunhas e vítimas do suposto crime. Se alguma dessas regras for quebrada, uma nova prisão preventiva pode ser decretada pela Justiça.
A mulher deverá ainda comparecer mensalmente à Justiça para justificar suas atividades e também deve receber tratamento psicológico e/ou psiquiátrico, a critério do médico/psicólogo assistente.
Dia de terror
A mulher que teria sequestrado o bebê de 12 dias ficou presa por oito dias, e o bebê, resgatado com sucesso de um sequestro que durou um dia inteiro. A estudante estava em casa, no Guará II.
O bebê foi levado da maternidade em uma sacola preta. Em seguida, a suspeita, se passando por uma amiga, teria enviado mensagens de texto do próprio celular ao marido e a familiares, comunicando o suposto nascimento do filho. A mulher ainda permaneceu cerca de cinco horas circulando pela maternidade, de acordo com as investigações.
Segundo o delegado, a sacola em que o bebê foi levado e a barriga falsa utilizada pela suspeita foram descartados.
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Bebê sequestrado no Hran na volta ao hospital (Foto: Matheus Oliveira / Agência Saúde-DF)
Um dia depois
A Secretaria de Saúde informou que o bebê perdeu 470 g entre um dia e outro. “Uma perda considerada expressiva para a idade”, afirmou a pasta. Logo que chegou estava choroso, mas a mãe o amamentou e se tranquilizou.
A pasta informou que iria apurar se o fato de ela ser estudante de enfermagem ajudou o acesso dela ao hospital. Segundo a secretaria, pelo menos de 2014 para cá, não há nenhum registro de a sequestradora ter sido funcionaria ou estagiária do Hran.
Funcionários e pacientes disseram ao G1 que o sequestro aconteceu em meio a um “dia de beleza” na instituição – quando pacientes recebem serviços de manicure, cabeleireira e maquiagem.
Sobre a segurança do hospital, a direção afirma que na ala da maternidade, o segundo andar do Hran, há seis câmeras de segurança. Mas nenhuma registrou o momento, pois elas não gravam imagens. Funcionários apenas fazem o monitoramento.
“Temos 17 vigilantes por turno. As 28 câmeras estão instaladas, mas não fazem a gravação. Está em processo de licitação da empresa para gravação das imagens, mas houve um impedimento do TCDF”. O tribunal diz que o hospital não tem infraestrutura para colocar as câmeras em operação.
Fonte: G1