O ataque no complexo Resorts World Manila, capital das Filipinas, deixou dezenas de mortos na madrugada desta sexta-feira (2). A rede britânica BBC, a Reuters e a France Presse (AFP) informaram que ao menos 36 pessoas morreram intoxicadas após um homem incendiar mesas no complexo.
O Estado Islâmico reivindicou responsabilidade pela ação, segundo a agência de notícias do grupo, Amaq, após autoridades filipinas afirmarem não haver qualquer evidência de envolvimento de militantes.
O homem armado invadiu o centro de entretenimento Resorts World Manila nesta sexta-feira (horário local), provocando as mortes, todas por sufocamento. As utoridades dizem ter sido uma tentativa fracassada de assalto.
“Combatentes do Estado Islâmico realizaram o ataque de Manila nas Filipinas”, disse a agência de notícias do grupo jihadista.
O suspeito, que parecia atuar sozinho, armado com uma carabina M4, chegou até a área onde funcionava o cassino, no 2º andar, atirou com um rifle contra um monitor de televisão, espalhou gasolina em uma mesa de apostas e ateou fogo.
O homem atirou novamente em direção ao local onde as fichas de jogo eram guardadas e colocou várias fichas numa mochila. De acordo com a polícia, o criminoso teria levado o equivalente a 113 milhões de pesos filipinos (2,3 milhões de dólares).
A ação provocou pânico entre as pessoas que estavam no local. Na fuga, ao menos 54 se feriram – alguns com gravidade. Tiros foram disparados, mas, segundo a polícia, ninguém foi atingido. Após os primeiros relatos de tiros e explosões ouvidos no complexo, o local foi isolado.
A polícia disse que o suspeito, após o ataque ao cassino, se escondeu no quarto número 501, no quinto andar, enrolou-se em lençóis molhados com gasolina e ateou fogo. O corpo foi encontrado carbonizado. Após o incidente, a fumaça tomou conta do complexo. Para a polícia, ele buscava roubar 130 milhões de pesos filipinos (cerca de US$ 2,6 milhões) em fichas do cassino.
O chefe de polícia de Manila, Oscar Albayalde, afirmou o criminoso provavelmente era um estrangeiro. “Parecia caucasiano, falava inglês, alto e branco. Foi simplesmente um roubo e o mais provável é que tenha sido executado por um perturbado”, declarou.
O presidente americano, Donald Trump, manifestou sua “tristeza” e suas condolências pelas vítimas do que classificou como ataque “terrorista”. “É realmente muito triste o que está acontecendo em todo o mundo com o terrorismo. Nossos pensamentos e orações estão com os afetados”, lamentou Trump.
Terrorismo?
O chefe da polícia nacional afirmou ainda que é possível que o grupo Estado Islâmico (EI) tenha assumido a autoria do ataque para ajudar em sua propaganda. Segundo Rita Katz, a diretora do Site Intel Group, grupo de monitoramento de grupos terroristas, um militante filipino do EI disse que “lobos solitários” seriam responsáveis por um ataque no local.
O Resorts World é um complexo que reúne hotéis, restaurantes, cassinos e lojas e está situado nas imediações do Aeroporto Internacional Ninoy Aquino, que atende a capital do país, Manila.
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Policial isola área do World Resort em Manila (Foto: Erik De Castro / Reuters)
Crise de Segurança
Atualmente, as Filipinas vivem a maior crise em sua segurança interna em anos, e forças estatais tentam, há 10 dias, retomar o controle de Marawi, cidade no sul do país, onde há uma rebelião de jihadistas do grupo Maute, que jurou lealdade ao EI.
Nesta quinta (1º), um ataque aéreo a rebeldes islâmicos escondidos na cidade deixou 11 soldados do governo mortos e sete feridos. Um dos dois aviões que estavam bombardeando as posições rebeldes errou o alvo no centro da cidade.
Segundo a agência Associated Press (AP), 500 milicianos, entre eles combatentes estrangeiros, estão envolvidos no cerco à cidade, que começou junto com o mês sagrado do Ramadã.
Os combates tiveram início no dia 23 de maio, após o fracasso de uma operação militar para prender Isnilon Hapilon, líder do grupo jihadista Abu Sayyaf, também vinculado ao EI, e que permanecia protegido por membros do Maute. Naquele dia, o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, anunciou a entrada em vigor da lei marcial na ilha de Mindanau.
A cidade é considerada um importante centro islâmico no sul das Filipinas. De acordo com a CNN, a batalha já provocou o deslocamento de 70 mil pessoas.
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