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O delegado responsável pela investigação do atropelamento cometido por um jovem de 18 anos que matou dois homens neste sábado (29) entendeu que o crime ocorreu sem a intenção de matar. Segundo a Polícia Civil, o autor foi indiciado por homicídio culposo, mas o Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT) ainda pode mudar a acusação.

Segundo o advogado criminalista Álvaro da Silva, ao fim das investigações, o delegado deve enviar um relatório ao Ministério Público com todos os documentos do inquérito. A “palavra final” é do MP, que pode até arquivar o caso. O crime pode, ainda, ser agravado caso fique comprovado que o autor não prestou socorro às vítimas e estava embriagado, informou Silva.

Neste domingo (30), amigos das vítimas protestaram contra a decisão do delegado em frente à 6ª Delegacia de Polícia do Paranoá, onde o caso foi registrado. O presidente do Centro Acadêmico de Direito da Unip, onde uma das vítimas estudava, disse ao G1 que o crime teve motivação “clara” e que os estudantes estão “indignados” com o indiciamento de homicídio culposo.

“O Centro Acadêmico está em luto. E o luto vai além do falecimento de um amigo e companheiro. Também estamos tristes pela falta de Justiça”, disse Douglas Lopes.

A Polícia Civil informou que a “tipificação dada pelo delegado é diante dos elementos apresentados no momento”, como depoimentos de testemunhas. Segundo os militares, um conhecido das vítimas que estava no local afirmou que o atropelamento ocorreu depois que o jovem de 18 anos tentou desviar dele, que estava “no meio da pista”.

Uma das vítimas, Daniel Barreto Batista, de 28 anos, terá o corpo velado no cemitério Campo da Boa Esperança, na Asa Sul, às 15h desta segunda-feria (1º).

Amigos dos jovens atropelados na madrugada do último sábado (29) (Foto: Mara Puljiz/TV Globo)

Entenda o caso

As vítimas, de 21 e 28 anos, morreram atropeladas na madrugada deste sábado (29) após uma briga com supostos assaltantes no Jardins Mangueiral. Segundo a Polícia Militar, o autor do crime – o jovem de 18 anos – usou o carro de uma das vítimas “como arma” para avançar contra as duas.

De acordo com a PM, o assassinato ocorreu após uma festa na quadra 12 da região. Ao deixar o local, as vítimas teriam percebido que os celulares haviam sido roubados e suspeitaram de um grupo de mais de dez pessoas – entre homens e mulheres – que caminhava “às pressas” logo em frente.

Os dois perseguiram os “suspeitos”, que estavam a pé, até a quadra 13, onde desceram do carro para abordá-los. Neste momento, segundo relatos de testemunhas, começou uma “briga generalizada”.

Durante o confronto, o jovem de 18 anos teria entrado no carro – que estava com a chave na ignição – e avançado contra os dois homens. De acordo com o sargento Wellington Godoy, a perícia apura a hipótese de que as vítimas estavam sentadas na calçada na hora do crime.

Segundo Godoy, o autor do crime teria pego o carro, feito o retorno na pista e voltado em direção às vítimas a um quilômetro de distância. “Ele deve ter atingindo 100km/h e tem uma frenagem marcada [na pista] de uns 50 metros que vai em direção ao meio fio.” O homem foi preso em flagrante e levado à 6ª DP.

“Ele foi encontrado em casa, na quadra 15, a partir de informações de testemunhas que disseram conhecê-lo e terem o visto entrando em casa nervoso. Quando chegamos lá, ele estava trocando a bermuda suja de sangue por uma limpa”, disse Godoy ao G1.

Fonte: G1

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