Inaugurado em 18 de maio de 2013, após ser demolido e reconstruído, o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha completa 100 jogos nesta quinta-feira (2/3), com a partida Real x Santa Maria, válida pelo Campeonato Candango. O jogo modesto contrasta com os números acumulados pelo gigante. A começar pelo custo da obra, monumental como a avenida que fica ao lado da arena: foi gasto R$ 1,8 bilhão, o valor mais alto entre os estádios construídos para a Copa do Mundo de 2014. Hoje, o custo mensal de manutenção gira em torno de R$ 700 mil.
Isso porque a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com apoio da maioria dos 20 clubes da Série A, proibiu a venda de mando de campo no Brasileirão. Dessa forma, o Flamengo — time que mais atuou no gramado brasiliense, com 20 duelos — não voltará a sua segunda casa, pelo Brasileirão-17.
A decisão da CBF irritou o Rubro-Negro carioca. “Essa proibição é muito desagradável. Consideramos uma covardia. Não só com Brasília, mas como as outras arenas. A gente espera que isso seja revertido em algum momento”, disse ao Metrópoles o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.
Sem poder receber confrontos da principal competição nacional, o Mané Garrincha terá que recorrer a outros torneios. Por ora, o jeito é se contentar com partidas do Campeonato Candango. Nesta quinta-feira (2), Real x Santa Maria vão fazer o jogo de número 100 da casa, às 16h. O calendário de partidas de futebol só está garantido até maio, quando ocorrem as finais da disputa local. No restante do ano, a arena pode ficar às moscas.
O arquiteto
Não são apenas os torcedores que podem ficar na mão. Autor do projeto do estádio e personagem essencial na história do novo Mané Garrincha, o arquiteto Eduardo Castro Mello não esconde a frustração com alguns aspectos da obra. No entanto, a reclamação não é pela escassa programação esportiva, mas devido ao projeto que ficou pela metade, uma vez que muitas das intervenções planejadas não foram executadas.
Quem vai pegar o Elefante Branco no colo?
A pergunta que se faz é: quem vai cuidar do estádio? Com gastos na casa dos R$ 700 mil mensais para a manutenção da arena, o GDF tenta passar a gestão da praça desportiva à iniciativa privada.
O governo local criou uma área chamada ArenaPlex, que envolve a administração não só o estádio Mané Garrincha, como também o Ginásio Nilson Nelson, o Complexo Aquático Cláudio Coutinho e as quadras poliesportivas do local.
Uma empresa foi contratada para elaborar um estudo de viabilidade. De acordo com a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), falta apenas o projeto específico para o Ginásio Nilson Nelson. Os demais já foram concluídos. Assim que essa etapa estiver concluída, será lançado o edital de licitação para escolher a empresa que ficará responsável por executar o projeto.