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As mulheres da capital federal são as mais expostas ao câncer de mama no Centro-Oeste. O Instituto Nacional de Câncer José Alencar (Inca) estima que são 67,74 casos a cada 100 mil mulheres. O panorama nacional também é pessimista: o DF é a quarta unidade da Federação com mais casos da doença, atrás do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. As possibilidades de tratamento não acompanham a demanda. Dos 12 mamógrafos da Secretaria de Saúde, apenas um está funcionando. Há 8,5 mil pessoas na fila de espera pelo exame. Em 2015, apenas 6% das mulheres na faixa de risco — entre 50 e 69 anos — passaram pelo teste. Do total de 124 mil diagnósticos necessários, somente 7,5 mil se concretizaram.
Os índices alarmantes da doença impõem dois desafios: o primeiro, ao Executivo local, que não consegue manter uma estrutura suficiente para receber as pacientes. A outra, de foro íntimo, está ligada à reconstrução da autoestima e da identidade feminina. Na última quarta-feira, o Dia Internacional do Câncer de Mama relembrou a importância de prevenir e tratar a doença. No DF, o câncer de mama dispara como o mais frequente nas mulheres, deixando para trás até mesmo o de colo do útero. Em 66% dos casos, o problema é descoberto pelas próprias pacientes. Alguns fatores de risco, como sobrepeso e excesso de gordura abdominal, aumentam em 74% as chances de câncer de mama.
A doença não apresenta sintomas em sua fase inicial, por isso é tão difícil detectá-la precocemente. Quanto antes o câncer é identificado, mais altas são as taxas de sucesso no tratamento. O diagnóstico no primeiro estágio tem 88,3% de sobrevida, em média. Para a prevenção, é necessário que as mulheres entre 50 e 69 anos façam a mamografia a cada dois anos, segundo a recomendação do Ministério da Saúde. A proporção de mulheres nessa faixa etária que nunca realizaram o exame é a menor do Centro-Oeste, de acordo com estatísticas do Ministério da Saúde. O DF registra um índice de 12,3%. A falha é maior é em Mato Grosso, onde a taxa alcança 25,1%.