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capa-botO Ministério Público Federal acusa três ex-funcionários da rede hospitalar Sarah, em Brasília, de desviarem medicamentos do estoque do hospital entre maio e agosto de 2010. Segundo a denúncia, o trio inseria dados falsos no sistema para simular o uso dos remédios, que eram extraviados. Em seis meses, eles levaram 24 frascos de botox e 60 cápsulas de medicamento contra o câncer.

 Se a denúncia for aceita pela Justiça, os acusados se tornam réus em um processo e podem responder por peculato (uso de cargo público para obter vantagem indevida) e improbidade administrativa. O G1 não conseguiu contato com os três citados na ação.

Em nota, a rede Sarah informou que “faz toda a sua gestão com controle rigoroso e transparência”, e que o desvio dos frascos foi identificado pelos sistemas de controle interno. Após sindicância, os ex-funcionários envolvidos foram demitidos por justa causa em 2 de setembro de 2010, segundo a instituição.

Segundo a ação do MPF, a rede Sarah passou a investigar o caso quando um funcionário responsável pelo estoque notou o desaparecimento de 10 frascos de botox. O número era o mesmo nas prateleiras e no sistema eletrônico, mas tinha divergência em relação às planilhas manuais.

O funcionário avisou aos colegas e, horas depois, percebeu que alguém tinha alterado o banco de dados para inserir falsas movimentações de estoque. A investigação apontou que as mudanças tinham sido feitas com o login e a senha dos três acusados.

“Descritos os fatos, percebe-se não restar dúvidas de que os requeridos […] agiram violando o ordenamento jurídico, tanto penal quanto cível, na medida em que encobriram os desvios de medicamentos anteriormente ocorridos

No total, 24 frascos de botox foram retirados do estoque. Além do uso cosmético, a substânciapode ser usada em consultórios para tratar enxaquexas, paralisar glândulas ou relaxar músculos que atrapalham a execução correta de movimentos, por exemplo.

Também foi identificado o sumiço de 60 cápsulas de temozolomida, substância usada para tratamento de cânceres de pele e no cérebro. Em buscas na internet, caixas com cinco cápsulas são vendidas por até R$ 5,2 mil.

A inserção de dados falsos em sistemas de informações é prevista no Código Penal e tem pena de até 12 anos de reclusão. Na ação, o MPF pede que os três acusados sejam condenados a ressarcir o dano causado ao hospital, paguem multa, tenham os direitos políticos suspensos e sejam proibidos de firmar contratos com o Estado.

Redação


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