O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informou nesta sexta-feira (7) que prorrogou por mais 180 dias o processo de intervenção na rede de combustíveis Cascol – controladora de 30% do mercado do Distrito Federal. Segundo o órgão, a própria empresa concordou com a medida, que se encerraria neste domingo (9). Na prática, a Cascol segue sob a gestão de um gerente escolhido pelo Cade.
A justificativa para a intervenção é o fato de a Polícia Federal e o Ministério Público ainda investigarem a existência de um suposto cartel no setor de combustíveis, na Operação Dubai. “Isso porque essas medidas resguardam as investigações e promovem a manutenção da concorrência no mercado local”, informou o Cade.
Ainda de acordo com o órgão, as mudanças promovidas pelo gestor temporário seguem em curso. “Portanto, a alteração da política implementada pela nova administração neste momento poderia causar efeitos incertos tanto no mercado quanto no gerenciamento interno da empresa.”
O Cade também determinou que a Cascol encaminhe todos os dados coletados sobre a concorrência e os relatórios produzidos pelo administrador provisório. O objetivo é analisar o atual cenário do setor. Em nota, a Cascol disse que não vai comentar a decisão do Cade.
Entenda o caso
Em abril, o administrador Wladimir Eustáquio Costa assinou contrato para gerenciar por 180 dias a Cascol. A companhia chegou a alegar que a intervenção poderia “comprometer a saúde financeira do grupo”, mas o Cade manteve a decisão.
Costa foi diretor de marketing da Chevron Texaco e também responsável pela companhia em Curitiba, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo. Com mais de 30 anos de experiência no setor, ele foi escolhido em meio a cinco nomes indicados pela própria Cascol para gerir todos os postos da empresa.
Inicialmente, o gestor iria administrar somente postos da bandeira BR Distribuidora (Petrobras) – que representa dois terços de todos os estabelecimentos da Cascol. De acordo com o Cade, a própria empresa pediu para que o administrador provisório seja responsável por todos os postos de combustíveis para “facilitar e viabilizar a gestão do negócio”.