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Os Estados Unidos, sob o comando de Donald Trump, lançaram nesta quinta-feira (6) seu primeiro ataque direto contra o regime de Bashar Al-Assad, bombardeando a base aérea de onde teria partido o ataque químico sobre uma cidade na região de Idlib. Em apoio ao presidente da Síria, a Rússia anunciou que irá reforçar as defesas antiaéreas do exército sírio.

Mas que interesses levam a Rússia a apoiar a Síria?

  1. Armas: A própria independência da Síria, no século passado, passou por uma aproximação da União Soviética, segundo o comentarista de política internacional da GloboNews Fernando Brancoli. A partir daí, Damasco se tornou um importante cliente da indústria de armamentos soviética.
  2. Influência: A Primavera Árabe, série de revoltas iniciada em 2011 em países do Oriente Médio e do Norte da África, levou ao poder governos mais alinhados aos EUA e à Europa, afastando regimes próximos à Rússia. Quando os levantes começaram na Síria, Moscou decidiu intervir rapidamente para contê-los, destaca Brancoli.
  3. Relevância internacional: A Rússia vê a crise na Síria como uma oportunidade de voltar a ser um ator de peso nas mesas de negociação internacionais. “A Síria, nesse sentido, é vista mais como um trampolim para a Rússia voltar a ser vista como um país relevante no cenário internacional”, afirma o comentarista.
  4. Base militar: A Síria abriga a base militar de Tartus, única estrutura da Rússia no Mar Mediterrâneo, construída ainda à época da União Soviética. “Em 1971 um acordo uniu a Síria e a então União Soviética. A União Soviética ofereceu ajuda militar para Síria e em troca do acesso à base de Tartus, que fica no Mediterrâneo. A Síria se tornou uma das principais peças de acesso ao Mediterrâneo”, diz David Magalhães, professor do curso de relações internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).
  5. Combate ao terrorismo: Vladimir Putin, presidente da Rússia, vê no apoio à Síria o melhor instrumento na luta contra o Estado Islâmico, segundo Carlos Gustavo Poggio Teixeira, coordenador do curso de relações internacionais da PUC-SP. “A Rússia tem menos dilemas morais que os EUA, e não vê problema em apoiar o governo de Bashar al-Assad. Putin tem uma visão realista, faz sentido apoiar o estado Sírio como alternativa das forças contra o Estado Islâmico. Para ele, pouco importa a questão humanitária, o problema é combater as forças terroristas.”
  6. Mar: A Rússia tem poucas saídas para o mar, por isso, a Crimeia e a Síria são bases importantes para saídas estratégicas, lembra Poggio. “Além do mais, manter a influência russa nessa região é uma forma também de influenciar o Oriente Médio.”

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